Carta para a vida (a morte) - 3

O caos é uma tormenta,

Quero desaparecer –

Quero morrer.

O desejo da morte,

Inebria a essência.

Caminho em direção,

Ao grande furacão.

Ela me deseja,

Ela quer me tomar –

Por sua mão.

Como uma criança indefesa,

Em meio à multidão.

Mostra-se tão doce,

Convidativa.

Prometendo-me –

Boas novas.

Não dá para fugir,

Desse sentimento.

Impregna a alma,

Como uma mancha negra,

Perfume agradável.

Mas a curiosidade da passagem,

O sabor em descobrir –

Como é do outro lado.

Quem sabe pode ser,

Menos cruel –

Do que aqui na Terra?

Às vezes, somos tão egoístas,

Por não nos importarmos com os outros.

Também por tomar nossas doses diárias,

De pura covardia.

Eu não sou assim,

Conhece-me do avesso.

Ao menos o que deixei transparecer,

Com o medo do sofrimento.

A possibilidade de reviver o inferno,

Fracassei novamente –

Não sou tão forte o suficiente.

O amor de autrora,

Transformou-se –

No punhal de agora,

Transpassando o coração –

Fazendo-o sangrar.

Dói tanto!

A morte seria a solução,

Traria o alívio –

Para por um fim,

Nesta situação.

A ansiedade está me corroendo...

Pouco a pouco -

Você se transmutou em ausência.

Fico aqui,

Fingindo está tudo bem.

Ela quem permanece ao meu lado,

Melancólica companhia.

Ocupando um lugar,

Em que você deveria está –

Preenchendo o espaço da saudade.

Demora a passar o tempo,

O tic tac do relógio bate devagar.

Culminando as minhas forças,

Desculpe –

Está sendo mais forte do que eu,

Não sei até quando poderei suportar.

***

Blog Poesia Translúcida

Fabby (ana) Lima
Enviado por Fabby (ana) Lima em 13/12/2022
Reeditado em 13/12/2022
Código do texto: T7670908
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