Carta 700
Olá!
Bem...
Talvez seja tardio, é certo que esteja atrasada ou até mesmo soe com ar de cansada, voltando a insistir em jogar-lhe essas palavras. Estranha-me, desclassifica de época ao utilizar para vós, expressões pelas quais não desvelam com autencidade, meus sentimentos mais profundos. Consequentemente, restou-me enviar-te breves percepções.
Quando fostes aparecer, se planejava o não se vê, aparente em tua janela, tua imagem não existiria e quando o sol irradiasse a tua casa, encobria recusa em teu canto, recusando intensamente o ver.
E se ao bater em vossa porta, estarás tão dispersa que aparentemente quereria conservar longe e concentrará em fugir para evitar-nos, abdicando do reencontro.
Ora é raiz fincada, outrora se resguarda em um canto. A tua janela permanece fechada e ninguém poderá ouvir o teu canto. Um dia, semanas, meses e anos passarão brutalmente entre os vidros que te protegem, e sozinha, chorarás tristemente com saudade de quando os passarinhos cantavam pra você e dos raios solares que miravam a tua janela, conquistando a tua face, penetrando em tuas pupilas...
Um dia, tú não verás mais ninguém e tuas lágrimas apostarão em adentrar entre as rachaduras de vossa face, volverão teus olhos e será o absoluto silêncio, perpetuando em tua consciência.
Quando fechar os vossos olhos, pensarás que prepara a cortina de brilhantes ou um painel para a noite estrelada .