Ridícula carta de amor
Rosa, minha amada, pareço ridículo ao escrever-te
Mas ainda assim, te peço que olhe as escritas querida... não somente as letras.
Olhe em tua alma! Não pode ver?! Talvez consiga... eu compreendo, não vai saber.
Quando era jovem não percebeu, que ao teu lado o amor deixou, bem ao teu lado, um grande amor.
Ele em seus dias não te esqueceu, e me mandou te escrever, dizer adeus.
Aquela história virou memória em seu pensar. Não se preocupe. Pois ele sabe que em você ele não está.
Não se levante, nem queira vê-lo, não é mais jovem, pele cansada, se vê no espelho. Te ama ainda, de forma tal, que desistiu do teu amor e quis te ver longe do mal.
Pode sentar, não diga nada, por que talvez de nada saiba. E o não saber, nele seria como uma espada. Então assim, fique calada.
Ele te viu chegar, passar e não ficar. Deu seu amor, te ouviu negar. Não te cobrou por teu olhar, que o enganou... olhar mais lindo, fala sorrindo. O teu olhar sem duvidar o conquistou. Tua presença nele era paz, amor de alma, não só de pele, me disse mais... te amou demais.
Gritou ao vento, esperou tempos, o que ele traz, amor que o tempo nunca desfaz. Te ama ainda, mas não se engana, sabe que em ti não há amor, só ele ama.
Adeus poesia.
Sou ele em ti, que por amar, posso falar ao teu ouvir.
Veneza, 19 de Setembro de 2039