Caminhando

Gosto de sair por aí, sem rumo. Deixo que as palavras me levem. Não gosto das linhas retas.

Prefiro as tortuosas, pois me trazem surpresas e, muitas vezes novidades, aguçam o meu pensamento.

Há muito tempo descobri que não é sábio distrair a mente com passeios ou outra atividade que me faça fugir ou que leve para longe dos problemas. Isso é insano.

Os pensamentos nos fazem flutuar, além disso, nos permitem revisitar lugares preferidos ou viajar para onde a nossa imaginação nos levar. A nossa mente é criativa, mas tudo emana do coração.

Nesse momento, caro leitor, eu gostaria que você não não fosse um mero leitor, mas um simples companheiro nesta jornada. É claro que as suas palavras não constarão neste texto, porque é impossível capta-las, como desejável. No entanto, podemos compartilhar do mesmo propósito, enquanto pudermos concatenar nossos pensamentos e dar livre curso a nossa imaginação.

Podemos caminhar lado a lado, subinho montes, desbravando trilhas, seguindo o som de cachoeiras, ou simplesmente sentado em belo e imenso jardim.

Pode ser que isto não seja do seu agrado. Ok. Você pode seguir o seu rumo. Tudo bem.

Eu também não pousei nesta página em branco pensando em subir montanhas ou coisa tipo. Fico feliz por seguir ao lado.

Sabe eu queria te contar uma estória. Na verdade, eu quero confessar uma aflição, que não é minha. É de um amigo e eu estou tentando ajudá-lo:

Ele começou a escrever um romance, mas ele se apaixonou pela personagem e está sofrendo com isso.

Sair para pensar e encontrar um modo de dizer a ele que é muito fácil de resolver. Que não é possível se apaixonar por alguém que não existe. Embora a física quântica quase chegue a dizer que sim.

Ele pode escrever o texto perfeito e fazê-la se apaixonar por ele e ambos virem felizes para sempre.

Mas isso bastaria como solução? Acabaria com o seu sofrimento? Seria melhor se ela se tornasse uma pessoa real? Se assim fosse, seria garantido que ela o amaria como ele tanto deseja?

O que você acha caro amigo, ou singela amiga?

O que você acha?

Podemos continuar caminhando.