Carata Registro

Carta Registro

Um certo orgulho de ser taperense me impulsionou a realizar um desejo ousado, mostrar ao povo corajoso e resistente da minha terra a sua história através de um livro e no lançamento comemorar os cem anos de nascimento de minha mãe. Mostrar também um pouco da história do nosso povo especialmente de minha mãe, que estava adormecida no baú das recordações e nos documentos empoeirados e esquecidos dos arquivos da memória. Uma aposta no otimismo, uma quase certeza de dar certo. Na verdade, nada, ou quase nada é perfeito. Muitas coisas ficaram apenas na intenção positiva de querer acertar.

Uma força superior pairava sobre mim, impulsionando a realização desse sonho. Um sonho arrojado, visto que a menina Rosely; tímida, manca, sem jeito, segundo uma crença antiga, não tinha perspectiva para muitas coisas. Finalmente com o passar do tempo, depois de muita luta e esforço começa a despontar encorajada. A intenção era por demais generosa, uma força interior sempre presente foi a minha constante alavanca que sustentou e me fez caminhar em direção ao futuro.

Esperançosa, empunhando a bandeira do otimismo, dos bons ventos soprados pela mão divina o livro foi editado, o evento do lançamento materializou-se de forma concreta.

Houve momentos de desânimo, de aflição, atropelos, decepções e até humilhações em toda a trajetória do sonho, desde o projeto à realização do evento.

Tive o apoio espiritual de forças superiores, e também moral de meus mentores intelectuais, pessoas aqui dessa dimensão na elaboração do projeto até a edição e o lançamento do livro. A mais constante foi do Gomes, seqüenciado da mana Sevé, a sobrinha Sonia, as minhas irmãs Nazaré, Maria e Miguelina e meus cunhados Raimundo e Antonio de Xandim, de Olindina e Alcides, da minha amiga Margarida Vasconcelos e esposo Itair Sobral, Batista de Lima, entre outros, as sobrinhas, Marta Guilhermina e Auricélia, com essas duas últimas contei do princípio ao fim, em vários aspectos.

As sobrinhas Marta e Auricélia se empenharam na colaboração da pesquisa, de entrevistas, na busca de fotos, comunicando-se comigo, constantemente para acertar detalhes. Marta, acolhendo-me em sua casa quando ia à Quitaiús desembarcava nas madrugadas em Lavras. O Dudé com toda paciência indo me esperar na chegada do ônibus. E por fim no dia do evento, Marta Ivone, Aurenir e Willames, Auricélia, Guilhermina e Neri, Joana D’arque e Antonio Miltom, Socorrinha e Ruy, Simone, Gracinha e esposo, se desdobraram em esforços para o acontecimento dar certo. Sem contar que Chiquinho de Domingos, João Nicolau, Dona Francisca, Nenzão, Isolda Bezerra, até uma das afilhada de mãe, como Aparecida Mariano, entre outros colaboraram de modo carinhoso.

Enquanto decorávamos o Colégio, surgiram uns parentes de minha mãe, que estavam em excursão pelo Ceará, vindo de Manaus onde moram. Entraram no Colégio filmaram todos os detalhes da decoração, compraram alguns exemplares, fotografaram ao local do evento e me entrevistaram.

O evento aconteceu com todo o brilhantismo, embora com falhas em alguns aspectos, contudo, pode-se dizer que foi literalmente uma grande festa e uma verdadeira conquista.

Hoje questiono, quando se tem um sonho ousado e coragem para realizá-lo, encontra-se oportunidade e pessoas disponíveis para dar apoio e colaborar. Assumo as falhas, pois foi o que consegui dentro das minhas possibilidades e limitações, porém, sinto-me realizada nesse aspecto.

Fortaleza, 20 de janeiro de 2003.

Roseli
Enviado por Roseli em 04/12/2007
Código do texto: T764968