Andarilha

Andei tanto, vezes sem e vezes com chinelos, foram longas distâncias, carregando em meus braços cansados todo fardo da esperança, a caminhada foi tão longa, que teve momentos que pensei estar subindo a ribanceira para o céu, tendo em vista que nunca cheguei no topo, acredito que estou muito longe.

Fiquei sozinha , ninguém veio...

Com o tempo eu percebi que o peso se torno leve, talvez porque perdi um pouco da esperança pelo caminho.

Tive frio, enfrentei neblinas que não me deixaram enxergar o caminho, por isso as cicatrizes, não vi onde estava colocando os pés, cai, rolei ribanceira abaixo, mas me levantei e recomecei tudo de novo, acabei encontrando as esperanças perdidas e descobri novas esperanças, mas subi, já me escondi em baixo de um chorão, só pra me proteger da chuva de granizo, que veio sem saber da subida ingrime que eu estava à enfrentar.

Não encontrei a neve branca que cobria o topo da montanha, ela derreteu e flui como vida em forma de água e abastece o grande rio que corta essa enorme montanha que sorri encabulada e as vezes rosna feito lobo raivoso.

Mais uma vez ninguém virá, ficarei esta noite sob esse céu estrelado de desejos, sozinha...

Mas não o culpo, ninguém conseguiria me acompanhar, a subida é ingrime e não podemos esperar.

Karina Freitas
Enviado por Karina Freitas em 07/10/2022
Reeditado em 07/10/2022
Código do texto: T7622507
Classificação de conteúdo: seguro