CRISTANDADE NOS ESCRIBAS

(Para Wilson Fonseca, irmão escriba)

Saúde e Paz! Muita Paz Profunda a este coração-menino!

Agradeço, penhorado, o teu esclarecedor e amoroso 'Comentário' (em destaque, no parágrafo abaixo) ao meu texto publicado em http://www.recantodasletras.com.br/natal/757300 , que ora aparece reeditado ao pé desta lavratura.

"Meu grande amigo e mestre Moncks, sempre que quero aprender um pouco mais, venho beber da fonte inesgotável de vosso saber, assim, encontro em "Os dias soluçam no Poema", este grito de alerta, em que todos devem na mesma ária, louvar ao Nazareno, em seu aniversário. Aproveito a oportunidade para felicitá-lo por ter sido escolhido pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre, a Personalidade Cultural de 2007, parabéns, e um grande abraço da cidade Noiva do Mar, "Louvado seja o Senhor".

Enviado por WFONSECA em 02/12/2007 13:08

para o texto: OS DIAS SOLUÇAM NO POEMA (T757300).”

Deixados de fora a bondade e o reconhecimento para comigo nos mínimos e máximos reiterados gestos em mais de vinte anos de amizade, agradeço, literariamente, haveres conotado o poema ao fato do decurso do Natal da Cristandade.

Na verdade sei que as deferências primeiras são imanentes ao teu perfil para com todas as pessoas com quem tratas, porque este é o fidalgo coração que te faz poeta e jubilado em Cristo.

A proximidade do advento do Natal, talvez seja o fato subjacente que estava em meu alter ego, à hora da inspiração e da posterior transpiração, mais de dez horas sobre o poema, em mais de cinco dias. Coube a ti, por sensibilidade, inteligência e formação, a descoberta da conotação crística.

Vês o que é o milagre da interatividade, do solidarismo que a Poesia encerra? O leitor culto, detalhista, confluindo dentro da proposta poética, descobre a teleologia natalina, ao incensar-se da data nazarena, de suas revelações e seus entornos emotivos.

Assim, em tua homenagem, cabe neste corolário de interatividade, a inserção da epígrafe, do chamamento do teu nome, como justiça e agradecimento pela tua seta amorosa, eflúvios da pureza dos bem-aventurados. Também a emenda substitutiva, no título, para ressaltar o compromisso natalino.

E fico permanentemente agradecendo a Deus a solidariedade deste amor palpável e perceptível no coração e na cuca de meus irmãos escribas, e que me fazem melhor a cada mais um dia que o Senhor dos Mundos me permite conviver.

É inquestionável o que disse o grande bardo brasileiro Cassiano Ricardo: "... desde o instante que se nasce, já se começa a morrer".

Mas é necessário ter, no mínimo, a galhardia de se sentir a vida, mesmo esquálida em relação ao tempo que passa, que a aparente inutilidade da Poesia e de sua materialidade, exarada nos versos que lhe dão formato e alma, o Amor ao semelhante – cantado em prosa e verso – pode induzir aos bons de coração as ações coerentes e sábias para fazer o mundo melhor.

Deus, por seu filho unigênito, nos mostrou o caminho, descartando o beijo de Judas Iscariotes, que nos mostrou para todo o sempre o lado precário do homem condenado a este plano terreno.

Deus nos orienta nos pequenos detalhes, nas despercebidas nuanças.

Sim, eu sou "o anjo proscrito”, mas é ele que me obriga a dobrar os joelhos para saudar os bons ventos do Natal. Tu és o outro, o irmão que o protege.

Deus guarde os Homens em estado de harmonia e deste qualificativo que se inaugure a Paz em todos os lares aos confins da espiritualidade!

OS DIAS SOLUÇAM NO NATAL

Joaquim Moncks

(para Wilson Fonseca, confrade em Cristo e neste Recanto)

Dorme dentro de mim

o anjo proscrito:

aquele que nunca se doma.

Dorme em nós, os amantes,

a quietude confessional

à espera dos dias,

enquanto caça e caçador.

Sapatos cansados

consolam o corpo gasto

e permanece o tolo a soluçar no poema.

Confessionário sem sacerdote,

dormem nomes, entreatos irrrevelados.

Família à antiga,

sinos dissonantes, censuras,

lamúrias sobre o pecado originaL

Louvemos a surrada ária no amor em Cristo:

— Amai-vos!

Que seja este o canto!

– Do livro CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre a Prosa e a Poesia, 2006 / 2008.

http://www.recantodasletras.com.br/cartas/762214