Memento Árcade
Estimado Walter,
longe parece já ir aquela sessão de abril de 2017, de nossa posse conjunta na Arcádia de Minas Gerais ... E foi uma tarde memorável que compartilhamos com a Confraria, que de braços e corações abertos nos acolhia... Até dona Elza de Moura, nossa decana, já centenária, vigorosa, e toda prosa, nos aplaudia...
E cuidando de nossos múltiplos afazeres concomitantemente, em ato quase contínuo, você propiciou-me jornadas culturais memoráveis, em Sabará, das jabuticabas e aldravias, e em Nova Lima, do ouro e do não menos lendário e aguerrido Leão do Bonfim...
Assim, sem delongas - se não me engano, já no início de 2018 - assumi a editoria de nosso Boletim mensal da Arcádia, com que você diuturnamente nos brindava com as suas reveladoras e preciosas pesquisas histórico-minerais da região, tão enriquecedoras de nosso sodalício que, por justa razão ostenta o emblemático dito na língua de Ovídio, que aqui, por dever e honra do ofício transcrevo: “AUREUM COR IN FERREO PECTORE”...
Aí, malgrado nossos tão fraternais elos e anelos, da pandemia veio o flagelo, que tanto alterou o curso de nossas vidas, já de boas décadas vividas... cabendo-lhe a perda irreparável do dileto filho, no auge de sua maturidade profissional e familiar. Uma dor intraduzível...incontornável ...irretratável.
E de pensarmos que ascende a quase setecentos mil o número de vítimas dessa tragédia em nosso país, o arrefecimento das contaminações e letalidades, é grande alívio, ainda que parco consolo...
Ao encerrar esta mensagem, comunico que por razões particulares, recém-afastei-me da Arcádia e, consequentemente, da edição do Boletim, ao cabo de quase um lustro de atividades, período em que contei com a valiosa cooperação dos Confrades, valendo-me do presente para ressaltar e agradecer pela sua assiduidade, assim como a da Confreira Maria Inês Marreco, além do competente e dedicado trabalho de nossa diagramadora, Cármen Miranda.
Abraço fraterno,