Se você entender, entendeu.
Eu não consigo te explicar o inexplicável - eu sou incapaz de incutir em você valores que recebi do próprio Deus, quando entendi (e creio que ainda estou entendendo) que o Reino dos Céus é das crianças e que para entrar nele, devemos nos parecer com elas.
Não consigo incutir em você a ideia de que "proteger as crianças" é mais que uma ideia bonitinha e socialmente aceitável, mas uma necessidade de sobrevivência e uma responsabilidade que nos será cobrada na terra e no céu.
Não preciso te lembrar de quando você era criança e de como o que te ensinaram afetou a sua vida - e de como as pessoas que te amavam e que tem responsabilidade sobre você buscaram (ou deveriam ter buscado) passar os melhores valores possíveis.
Você não foi, espero, uma moeda política e nem um meio de alcançar qualquer objetivo de poder - você foi amado. No sentido mais íntimo e singular da palavra, como merecia ser. Eu fui amada. As crianças merecem ser amadas e não criadas para serem soldados de uma revolução utópica qualquer ou da manutenção de um sistema conservador em ruínas.
A maldade em buscar se infiltrar em um ambiente onde aqueles que tem consigo o Reino dos Céus cuidam de sua vida espiritual e distorcer Jesus para fazê-lo caber em um espectro político além de me enojar, me assusta - não pelo risco, mas pela audácia. Alguém com esse tipo de ideia, havendo feito uma visita em um culto qualquer ou dedicado trinta anos à instituição eclesiástica já perdeu, há muito, qualquer sendo de santidade, propósito e temor de Deus.
Os cordeirinhos não são nossos, nem de seus pais e nem de ninguém - eles são de Jesus, que, conforme provei e vi servindo nos últimos anos na "salinha das crianças" se apresenta a eles de maneira pura, real e palpável.
Esse Jesus que veio como uma ovelha a ser levada para o matadouro, escolheu dar a vida pelos seus pequeninos - mas não permaneceu morto, indefeso e humilhado. Ele ressuscitou como o Leão da Tribo de Judá e breve, fará justiça sobre nós. Todos nós. Não falo sobre esse Jesus político que andam construindo por aí, nem desse imitador passivo e conivente com qualquer coisa, muito menos da figura distante e nociva que criaram para justificar os próprios erros: falo sobre O Jesus real. Aquele que muitas das crianças ao redor desse país tem visto e que eu mesma vi quando tinha a idade delas. E eu, honestamente, não ia querer ser dessas que ficam no caminho entre Ele e os seus amados pequeninos - seria melhor amarrar uma pedra no pescoço e me lançar no mar (Lucas 17:02). Minha única incumbência, por aqui, é não atrapalhar e ajudá-los a se achegar ao seu Senhor.
Oro para que olhos se abram e haja misericórdia diante do arrependimento (para o qual torço), oro também para que o Leão ruja e massacre os lobos vestidos de ovelhas. Oro para que o Pastor dos cordeirinhos - o bom Pastor, o Cristo - afaste deles todo mal, custe o que custar. Oro para que as irmãs mais velhas no rebanho - eu e você, se é que me entende - sejamos bons exemplos e cuidemos com afinco do que nos foi confiado, com sabedoria (aquele tipo que só pode vir do alto - Tiago 3:17).
Crianças não são uma moeda política. Crianças não são instrumentos de doutrinação.
Crianças devem ser ensinadas a discernir o bem e o mal pelo próprio crivo, lastreado em valores impressos pela família a que foram confiadas - salvo se a família em si for incapaz de lhes cuidar ou lhes imprimir violência.
Não é nosso dever deturpar valores ou criar rebeldes, mas ensiná-las andando no caminho da vida e nos importar com elas tanto quanto Ele.
Elas são mais importante que pensamos.
"Pedro, se você me ama, cuide dos meus cordeirinhos."