Carta sobre aborto e Dr. Bernard Nathanson
CARTA SOBRE ABORTO E DR. BERNARD NATHANSON
Miguel Carqueija
Li na seção “Ciência e vida” de 9/7/1994 a matéria “Estudo prova que feto sente dor”. A pesquisa, do cientista inglês Nicholas Fisk, constatou a dor dos fetos humanos pela resposta hormonal, e constatou a necessidade de anestesia também nos fetos.
Ora, o feto humano deveria ser chamado “bebê de ventre”, pois inegavelmente é um bebê. A dor fetal não é nenhuma novidade. O Dr. Bernard Nathanson foi conhecido nos Estados Unidos como o “rei do aborto”. Nos anos 70, porém, após participar com destaque da campanha que resultou na Lei de Herodes, ele foi dirigir o Serviço de Embriologia e Perinatologia do Hospital de St. Luke’s, em Nova York, e aí a sua posição mudou. Ele próprio diz:
“Quando comprovei com absoluta certeza (...) que o feto respira, que dorme em ciclos de sono perfeitamente definidos, que é sensível aos sons — comprovou-se que reage de diferentes maneiras ante diferentes tipos de música — à dor e a quaisquer outros estímulos que vocês e eu possamos perceber, ficou comprovado para mim de maneira irrecusável que o feto é um de nós, de nossa comunidade, que é uma vida, uma vida que deve ser protegida.” (“O rei do aborto se retrata”: revista Cultura e Fé nº 18, 1982)
Rio de Janeiro, 11 de julho de 1994.
NOTA: esta carta foi enviada para o jornal “O Globo” do Rio de Janeiro; não recordo se foi publicada.