A miragem
O vento vai levando para longe todo o resquício de miragem que ainda insistia em fazer morada no coração.
Sigo, dia após dia, tentando desarraigar os velhos significados das coisas que tanto amo, pois não quero deixá-las de lado.
Desejo apenas que todos os símbolos não te referenciem mais, somente isso.
Anseio por caminhar numa areia sem pegadas, para que o novo não se amedronte ao entrar.
O relógio nunca marcou 17:17, nunca houve atraso ou adiantamento, a verdade é que somos assíncronos, e eu percebi tarde demais.
Jamais vou compreender o poder que esse quase amor exerceu sobre mim durante todos esses anos.
Já não me importa mais se amei desde o primeiro encontro até a vida adulta, é hora de deixar ir o que nunca foi, para receber o que há de ser para sempre.