Despedida

 


Imagem: Filme- Edward Mãos de Tesoura

 

 

 

Quando você ler essa carta,

estarei longe.

Livre no

vento,

voando nas asas da liberdade,

com medo de

olhar para traz e fraquejar no meu intento.

Mas, eu preciso ir.

Preciso dizer adeus.

Já não há esperança para meu coração

machucado, maquiado por um sorriso que esconde a

face de um amor que não pode acontecer.

Não quis me despedir para não vê-la chorar,

meu coração não suportaria vê-la sofrer.

Foi melhor assim.

Para que você não olhasse em meus olhos e percebesse uma lágrima se insinuando na minha

tristeza.

Sentimentos se interpretam com palavras,

mas meu silêncio quer se tornar num sussurro

e o sussurro do meu coração quer se transformar num grito.

Grito sufocado que ecoa na minha alma,

um grito de adeus.

A rosa exala o seu perfume, sua delicadeza imprime na

minha pele a poesia do amor.

Mas, eu não ouso ferí-la com a indelicadeza do meu toque.

Levarei a visão do teu belo sorriso guardado no meu coração.

Lembranças, muitas lembranças, boas lembranças.

Por um instante, eu ouso

sonhar, mas a realidade da dor de não poder tocá-la,

sentir sua

pele, me desperta para meu pesadelo.

Eu tento chorar baixinho,

mas as lágrimas numa erupcão de sentimentos se

desprendem das amarras das minhas

emoções inundando meu coração.

Estou prestes a

afogar-me no meu próprio lamento.

Eu tenho de ir.

Apenas lembre de mim quando a

tristeza ameaçar nublar teu lindo sorriso.

Você não estará

sozinha,

todos dias te abraçarei com meu pensamento e o

sopro do vento me servirá de carteiro que te leve as cartas da minha

saudade.

Saudade do amor que não posso tocar, que não posso sentir.

Amor que só posso dizer,

adeus.