CARTA AO STF
Como parece que entrou na moda escrever e divulgar cartas, embora ache esse meio de comunicação meio démodé, resolvi surfar nessa onda e também escrever uma carta aos ministros do STF. Sendo assim, lá vai:
CARTA DE UM CIDADÃO COMUM A 11 CIDADÃOS SUPREMOS
À Vossas Excelências,
Data vênia, senhores ministros, est modus in rebus, não há como aceitar que suas excelências promovam reajustes salariais em seus proventos. Entre suas atribuições, a maior delas é defender, de forma firme e correta, a nossa lei maior. Nossa Constituição em seu artigo 5º reza, “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações”. Não me parece correto que os senhores advoguem em causa própria, resolvendo “democraticamente” reajustar seus vencimentos. Os 18% resolvidos, farão com que seus salários atinjam a fortuna de
R$46.000,00 p/m, numa terra em que o salário-mínimo é de R$1.212,00 para 36.000.000 de brasileiros, outros milhares que não tem renda, receberão R$600,00 para manter suas famílias, sem considerar aqueles, tratados como invisíveis, que não aparecem nas estatísticas oficiais, mas aparecem diariamente em nossa ruas em situação indecorosa. Como se não bastasse tamanha afronta, suas excelências ainda desfrutam dos seguintes privilégios:
.Salários vitalícios mesmo ao deixar a corte
.Férias de 60 dias
.Carro oficial com motorista
.Auxílio-moradia
.Aposentadoria integral
.Cota de passagens aéreas
.Plano de saúde de primeira linha
.13º salário(mas só trabalham 10 meses)
Assim, venho sugerir que vossas excelências façam um movimento em direção contrária. Ao invés de reajustar em 18% seus vencimentos, pratiquem um desconto do mesmo valor em seus atuais salários e destinem esses valores para nutrir um pouco mais os auxílios àqueles que não tem condições de sobreviver com dignidade. Seus salários ainda seriam de R$31.980,00, o que, cá entre nós, não deixa de ser uma excelente remuneração.
A se manter a ordem salarial vigente e seus desdobramentos, os custos desses 18% atingirão em cascata, segundo estimativas prévias, mais de R$40.000.000.000,00 em todos os poderes no período em que ocorrerem.
É justo? Ou como diria uma nobre integrante da corte, “parece que o escárnio venceu o cinismo”.
Encerro a missiva esperando que os integrantes do Supremo, comportem-se como tal, não como secundários e perdulários, que tenham em mente que não podem jogar por terra o futuro de tantos, pregando a desesperança no seio daqueles que ainda tem um pouco de vergonha na cara.
Despeço-me desejando “passem bem".