Em minha fraqueza repugnante. Na consciência de meus erros. Nas orações chorosas repletas de culpa. Curvo-me diante de um crucifixo, ou diante da estrela de Davi, diante de símbolos divinos ou divinizados. Na mitologia metafísica embalada na liturgia intensa. Rezo e reflito sobre o destino das coisas e das pessoas. Sobre os paradoxos inexoráveis e, no enigma dos afetos humanos.

Esse vínculo mágico e contangiante. Saudades de muitos que já se foram. Daqueles com quem perdi contato. Saudades das palavras, da convivência e, principalmente, de ser humano demasiadamente humano. E, sentir na fraqueza, a força de reconhecer os erros e recomeçar. Essa missiva é para  realizar a catarse e, enfim, perdoar a todos e a si mesma. Pois é preciso perdão para se edificar novos dias, nova esperança e, talvez, algum arrependimento. 

Chorar em silêncio. Sem soluçar, sem falar, sem fonemas ou músicas... Simplesmente desaguar as mágoas, e na catarse hídrica da lágrima, regar magicamente o deserto das paixões.
 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/08/2022
Reeditado em 02/08/2022
Código do texto: T7573528
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