Uma carta para mim
Tati,
Talvez este seja o momento mais difícil para quem ama: O de deixar partir...
Não existe uma fórmula mágica nem matemática para amar e ser amado. Simplesmente acontece ou não e quando não se é correspondido não há o que ser feito, sinto muito mesmo...
Não existe meios de amar por dois ou de se permanecer no local que não te comporta e não te deseja.
Sentir dor é inevitável neste processo e se você passou ou está passando por isso, posso te dizer que com os meus 43 anos, eu sei bem o que é isso. Mas te digo, moça, que a mesma vida que retira, também oferta e que nossas experiências terrenas no campo afetivo nos preparam para algo maior: o amor coletivo. Ok, ok, vou explicar melhor... O amor coletivo é aquele nos ensinado pelo Cristo:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei".
Desse modo, é importante aproveitarmos as lições de cada vivência amorosa, para aprendermos de fato a amar, pela prática do perdão, do exercício da paciência, da afabilidade e doçura, da generosidade, da compreensão e aceitação. Aceitar que não temos o controle de nada, muito menos do outro.
Nesse momento de dor, aceitar não ser amada. Aceitar a partida, principalmente a do peito. Aceitar a morte de sonhos e desejos... Aceitar simplesmente.
Agora num papo bem reto, meninas:
Todas nós sabemos quando um homem não quer. Ele dá todos os sinais, então, "não se demore onde não tenha amor."
A vida é linda e logo tudo isso passará.
Cuide-se, construa novos sonhos, dessa vez, sonhos só seus e vá em busca deles.
Um beijo,
Aflora.