Nunca. . .

Eu tenho dito "nunca" com uma frequência absurda. Talvez eu tenha um nunca com você. Talvez eu seja esse nunca com você, porque tenho sido outra comigo a partir dos seus atravessamentos. Eu tenho me percebido, e é diferente com você. Os dramas são diferentes com você. E tem muito você aqui, porque tem muito você em mim.

Nunca senti isso. Nunca doeu assim. Agora eu entendo quando diziam que beira a dor física. Beira a dor física. Meu coração para, e tudo congela um pouquinho. Minha cabeça dói, e fixo num ponto por minutos seguidos.

Tem muito nunca em nós dois. Início-fim-meio. Fugi. Fugiu da rota. O fim tem doído, porque ele reforça o meu nunca mais. E eu quero você, engolindo esse nunca pela garganta, cortando tudo o que congela quando eu penso nos seus olhos. Quando eu lembro dos seus olhos e da sua boca em mim.

Tem acabado todos os dias, e é uma tortura absurda tentar me equilibrar nas atividades cotidianas, com tudo sangrando.

Está doendo. E está doendo hoje, e amanhã, talvez, e depois de amanhã, com certeza, mas... está doendo agora, para não doer nunca mais.

Nunca.

Mais.

E quero.

E... Vai acabar!

Franciely Sampaio

12/05/2022