À SOMBRA DO QUE SOU
Hoje ouvi palavras ocas
E, senhor dos ensaios
No silêncio que pendula caminhei
Mas encontra-se de mim ausente
Idéia absorta, ineficaz
Há fúria incontida no ar
Pois onde a vida é plantada
Que a minha poesia tanto fala
A morte se nutre
Simplesmente se apresenta
Numa estória da própria insensatez
História de humanos entretanto
Porque lá se consomem os desatinos
E o desejo ofega com a sede das bestas
E a máscara da tara cai
Incessante como a luxúria que transborda
E como o teu âmago delirante
Será a fria eternidade