Cissa ou Siça ou Sissa,
Cissa,
Siça,
Sissa,
Ganhei uma coleção de músicas e uma caneta esferográfica azul.
Ganhei, depois, uma caneca de café e dois ouvidos. Paciência e sinceridade.
Fui ganhando, aos poucos, uns consertos no meu computador, coitado, de 1994.
Fui ganhando conselhos e broncas, no bom sentido. Opiniões maduras e linhas de seguir raciocínio. Num momento como o que passava, nada mais saudável. Fui acolhida por muitas palavras de refletir. Muitas delas usei, guardei algumas para momentos de urgência, emergência. Tão bom saber que é verdade. Que é verdade alguém querer meu sucesso, meu alevante.
Um poema não basta para agradecer.
Não bastaria.
Muito obrigada.
A mala carrega as roupas e a esperança. As meias e o cachecol.
A mala carrega o silêncio dos tecidos dobrados, arrumados.
Eles se perguntam o que há de ser? Para onde estamos indo?
Deve ser tão difícil ser roupas dentro da mala.
Nada saber do destino, nada saber a que horas o vôo pousará.
Em que estação vai estar o lugar que não se sabe...
Que peça primeiro sairá?
À dona da mala o coração ansiosamente preparado ou pré parado.
Ainda não se sabe, porque a viagem nada aconselha. A viagem é puro caos
Na cabeça. Pensamentos amarrotados querendo neurônios mais calmos.
Em vão o desejo de calma.
Calma? Apenas quando descer...
Sair, desembrulhar a vida para a vida que será.
Solineide Maria