NO SILENCIO DO TEU RETRATO
Vivo acorrentada aos meus versos livres
Que guardam um rosto sem rima
No desenho solitário da minha poesia.
Às vezes uma só frase desenha esse rosto;
Outras vezes, frases dançam nas letras deformadas
dos meus olhos,
Enxarcadas de solidão, arranhadas pelas garras da saudade.
Viajo sim, no abstrato mundo dos meus sonhos
E insisto rabiscar na alma os jardins e os desertos do meu eu.
Deito o meu cansaço no sorriso vazio,
Do silêncio do teu retrato.