CARTA A UM AMIGO ARQUITETO

Prezado e estimado amigo Dr. Audrey,

tudo bem com você?

Espero que sim, assim como eu sei que você está bem e continua progredindo sempre.

Primeiramente peço minhas lavadas desculpas pela demora em responder sua carta, foi falta de vergonha na cara mesmo, mas não leve em consideração meu deslize, nem por isso o carinho e a amizade que sinto por você diminuíram nesses anos todos.

Sei que deve estranhar minha resposta tardia, mas esses anos todos nunca saiu da minha memória aquela correspondência, e o desejo de responder as vezes pulsa, as vezes adormece, mas nunca me deixa quieto com relação a isso, então finalmente posso fazer o que prestamente deveria ter feito há anos atrás, enviar-lhe essa resposta.

Saiba que te admiro muito, e vez por outra conto pra alguém o fato de você sempre ter tirado notas excelentes na escola, lembro-me da sua caderneta escolar cheia de cem e de noventa e cinco, se tivesse abaixo disso era raridade. Conto sempre que você é um aluno muito dedicado e inteligente, inteligência essa que Deus te presenteou para aproveitar ao máximo e se dar bem na vida.

Bom, relembro sempre também das nossas caminhadas na mata, na cachoeira, nos casamentos em que você era meu ajudante e filavamos os fartos e deliciosos almoços. Involuntariamente sorrio... foram bons tempos aqueles e sempre é um bom tempo quando se tem um amigo de verdade. Lembro também daquelas rixas com Márcio e Warley, sempre te arrastava para apanharmos juntos, você era um menino de coragem, nunca se negou a me acompanhar e de certa forma me sentia seguro com sua companhia, e até quase enfrentamos os dois valentões juntos, até quase apanhamos juntos, ainda bem que quase, porque esse foi um medo que nunca se concretizou, talvez graças à sua companhia, quem sabe, ou quem sabe graças àquele porrete que eu carregava, nunca saberemos ao certo.

É amigo, você é de longe um dos amigos de amizade mais velhas que tenho, são trinta e sete anos de amizade e lembro-me até hoje da primeira vez que te vi. Recém mudado para a Avenida Paraguaianos (Paraguai) como chamamos. Apesar do trágico momento em que te conheci, eu me lembro até hoje do início da nossa amizade, não vou citar tal momento aqui pois já comentei com você em conversa a parte e creio que mesmo tendo passado tanto tempo, seja motivo pra reviver uma tristeza pro coração, então resolvo fazer desta carta uma celebração pra nossa amizade, tin-tin, prezado amigo Dr. Audrey!!

Foram tantos momentos bons que não dá pra por tudo no papel, mas guardo com carinho na memória nosso tempo naquela rua. As unhas arrancadas, as brigas atiçadas, batíamos e apanhavam, pique-esconde, garrafão, latas derrubadas, escola de kung-fu com Frank-san (hahaha) e nossos clubinhos na beira do córrego, as pescarias. Nossa turma deixou lembranças que guardo e revivo com carinho e nostalgia.

Bom, satisfeita minha ânsia dessa resposta e nem posso falar que pago minha dívida com você, prossegue nossa amizade, hoje cada um seguiu seu caminho, mas graças a Deus ainda temos um tempo para aproveitarmos nossas amizades.

Desejo-lhe toda sorte e bênçãos que Deus puder lhe dar, não vou me despedir, pois como amigos, ainda que distantes, nunca deixamos de estar perto, mas confesso que bate a saudade sempre e a vontade de desfrutarmos alguma coisa juntos, quem sabe um almoço de casamento?

Através desta, pago a dívida que fiz com minha consciência, não leve em consideração isso e mais uma vez me desculpe pela demora, que aliás foi uma grande demora.

P.S: Ricardo Clay já é um rapaz crescido e barbudo, seu sobrinho emprestado tem talaricado e aprontado bastante, se fazendo as vezes até de vulto do outro mundo e até demonstrado super-poderes mágicos, como desaparecer por exemplo kkkkkkkkk

Até mais ver meu amigo!

Um abraço!

05/05/2022

08:33hrs

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 05/05/2022
Reeditado em 05/05/2022
Código do texto: T7509611
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