Carta sobre o aborto
CARTA SOBRE ABORTO
Miguel Carqueija
Carta publicada em 11 de março de 2009 no jornal carioca “Tribuna da Imprensa”, hoje extinto e na época, já em edição virtual.
Prezado Helio Fernandes:
A posição da Igreja Católica é uma coisa límpida e justíssima também nesse assunto do aborto. Leis podem ser equivocadas, como a que permite abortamento em casos de gravidez por estupro ou risco de vida para a mãe.
Gianna Beretta Molla, em caso célebre, preferiu morrer a matar sua filha gerada em gravidez de alto risco.
A atual grita contra o digno arcebispo Dom José Cardoso Sobrinho, de Recife e Olinda, já conseguiu desviar o foco da atenção de quem de direito. Não é ao bispo, mas ao estuprador e pedófilo, o padrasto da menina, que se devem dirigir as farpas, a artilharia da mídia. É ele que tem de ser apontado à execração pública até porque, num país sem justiça eficaz, mesmo se condenado provavelmente estará andando livremente pelas ruas em um ou dois anos.
Por que a mídia tem essa tendência de favorecer o aborto? Por que não defender, isso sim, a pena de morte para estupradores e molestadores? (Nota em 11/4/2022: atualmente defendo de preferência a pena de castração cirúrgica para estupradores, especialmente de crianças) Por que acham que somos contra o aborto? Obviamente — e por favor, não evitem o mérito da questão — porque os nove meses de gestação correspondem a uma fase da vida humana, porque o nascituro é uma pessoa, além disso, inocente e indefesa.
Seria preciso salvar a menina e as duas vidas nela geradas, ainda mais indefesas. Houve pressa evidente. E agora pergunto: que adianta empurrar uma mulher ou uma menina para a eufemística “interrupção da gravidez” (matar o bebê de ventre) e depois abandoná-la com a sua desgraça? Que fazem as feministas em favor das mulheres que abortam e com isso arruínam as suas vidas? Pois um problema maior surgiu, vidas inocentes foram exterminadas, como poderá haver paz no mundo enquanto prosseguir a guerra contra os nascituros?