Carta para a humanidade - IV
Infinita lógica se condensando,
Pelo azul do meu céu.
Como posso ser transparente?
Se sinto as energias me desfigurando.
Na tentativa de surpreender,
Sempre acabo em decepção.
Às vezes, a insignificância vem,
Mas não me abalo -
Caminho em solitude.
Nos passos que me abastecem,
Uma conversa sobrenatural.
Paralela com a realidade,
Reverberando em minha mente.
O que alguns diriam:
Por telepatia,
Energizando-me no palco surreal.
Nada mais tem importância,
Somente as sensações:
De sentir –
E, principalmente, ficar bem.
Na tentativa de me desconectar com o caos,
E fazer com que a sinergia aconteça.
O DNA ecoa em meu âmago,
Irradiado pelo espaço sideral.
Religando-se com outras dimensões,
Fluídos de bilhões de grãos de poeira estrelar –
No entremeio de galáxias.
De onde sou?
Quem eu sou?
Por que vim parar aqui?
São questões –
Que por algum momento pesam na cabeça.
Porém, deixo as dúvidas de lado,
Com o único ensejo de prosseguir.
Distanciando-me de vícios fúteis,
Que não levam a lugar algum.
O raciocínio maior,
O discernimento de se redescobrir –
Culminando na expansão.
Transitoriedade do cerne,
Fugindo das armadilhas impostas.
Apenas um alerta:
Nem tudo é o que parece,
Na triste ilusão –
De julgar o livro pela capa.
A humanidade não está pronta,
Para o deslumbre da tecnologia.
O futuro na Terra é um lugar incerto,
Sujeitas à pequenas providências.
O tanto que se foi falado,
Erros cometidos -
Sangue de inocentes derramados em vão,
Milhares de vidas ceifadas.
Pela incompetência humana,
Pela incapacidade de não se redimir.
O espelho do passado,
Transfigurando-se em um portal.
Como um filme nos mostrando:
O que de fato possa vir,
E no presente –
Mostra-se claramente,
O sofrimento humano.
O elixir de vida para alguns,
É a agonia do outro.
Alimentando-se como demônios,
Sobrecarregando toda uma existência.
Assassinatos por futilidades,
Apenas para fomentar a vaidade.
Destruição em massa –
Para quê?
Qual o propósito de tudo isso?
Somos todos iguais,
Perante a Natureza -
E a sua lei é implacável,
Somos meros mortais –
Diante de sua força.
O oxigênio –
O dom da vida,
Cada dia impregnado de poluição.
Nunca nos corrigimos,
Nunca nos mostramos fracos.
Somente no momento da morte
(Para alguns),
Na hora da passagem
(Para outros).
O ser humano –
Não detém nenhum poder.
Quem aniquila o seu semelhante,
Impõe a própria sentença –
Um dia lhe será cobrada.
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