Por aí...

Marta Santos

Por aí andam vagando pessoas sem destino em busca de algum atrativo. Procuram por uma razão existencial pretendendo expor seu desejo reprimido às fagulhas de um acelerado instinto quase selvagem de satisfazer suas fantasias, mas coibidos pelo pudor de uma sociedade conservadora. Aos que ainda tentam manter algum decoro, vê-se atitudes de persistirem em suas práticas familiares, respeitando a honra, se lhes forem sagradas, sofrem por não conseguirem evitar algumas tragédias pessoais ou proteger seus entes de quaisquer covardias.

Por vezes, a vontade de fazer justiça com as próprias mãos roubam a visão do limite da ação com o errado ( mesmo sendo a atitude justificada pelo dano sofrido injustamente). O que é a sociedade senão um conjunto de clichês, falsas modéstias e falsidades, acobertando o erro dos outros quando estes são convenientes à uma determinada classe dominante.

Então, como serve de consolo pelo estereótipo da boa educação, escondem-se atrás do "politicamente correto" que nada mais é do que não tomar partido de lado algum. Sim, pelo medo de dizer como pensam, como enxergam o mundo, criam rótulos, expressões para continuarem praticando suas atitudes avessas ao bom senso. Para a mudança almejada por muitos, deve-se primeiramente modificar os próprios interesses e emoções, no entanto, mudar nem sempre se ajusta a todos!

Para alguns, melhor é vagar pelas sendas obscuras do próprio pensamento, sequer atentando pelo preço a ser pago ao final. Sabendo que colhe-se o que planta, de nada adianta reclamar quando a escolha fora feita lá atrás. Desde o início dos tempos o ser humano tenta apagar, justificar seus erros culpando seu semelhante quando, na verdade, recusa-se a assumir responsabilidade e reparar o dano. Quando encaramos nosso erro, podemos reescrever nossa trajetória, compreender os motivos dos outros exercendo empatia, julgando menos e admitindo nossa incapacidade de estabelecer regras impraticáveis.

Tendo isso em mente, com certeza alcançaremos a paz tão almejada!