ESCRAVIDÃO

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Sou africano, inocente estrangeiro

Perseguido, preso e maltratado

Herdeiro, antecessor de Zumbi...

 

Sou homem negro, valente perdido

Rendido, sem culpa, sem dó, judiado

Afrodescendente, assim como foi Zumbi...

 

Sou homem livre, vivente ordeiro

Acuado, sem culpa, cativo e condenado

Descendente, sucessor da tribo de Zumbi...

 

Sou poeta, escrevente brasileiro

Golpeado, pelo tempo condenado  

Sobrevivente, da casta “clã” de Zumbi...

Essa foi minha apresentação...

Sou africano, negro, brasileiro,

Igualmente, me vejo ESCRAVO

Descendente bravo, da tribo de Zumbi...

Mas o que me toca aqui, é tentar resgatar nossa história

Já que rasgaram, maculando nossa memória

Me fiz homem negro, poeta, indignado, bem assim.

Fomos trazidos a força, dos braços de nossas mães, arrancados

Que ficaram, lá noutro continente chorando suas perdas

Por conta dessa selvageria, por tamanha desumanidade.

E foi tanto choro, tanto sofrimento, até lágrimas se acabarem

Não restando-lhes mais choro pra chorar,

Fazendo-lhes olhos seus, secarem

Depois vindo a perecer da dor cruel da saudade.

Saudade para vocês, para elas, lá,

Para o nosso povo, É BANZO!

 

EFLÚVIO DE ARREBOL
Enviado por EFLÚVIO DE ARREBOL em 16/03/2022
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