Carta para a humanidade - III
Qual será o refúgio mais seguro?
Ou não o teremos?
Mísseis ecoando por todos os lados –
A Terra em constante ameaça.
Céus do apocalipse –
A noite se transformando em dia,
Vespertino antes do amanhecer.
Nada indiferente, a claridade encoberta pela vasta fumaça.
Bombas dilacerando corpos -
Triste realidade em pleno século XXI,
Destroços para todos os lados.
Quem são os humanos que se julgam deuses?
Não põe a mão na consciência,
Será que dormem o sono dos justos?
Seguranças ao seu redor,
Ao ponto de morrer por eles.
Enquanto, nos abrigos –
Crianças sob a proteção de seus pais.
Será que não correm perigo?
No choro incontido de uma mãe,
Ou na força para não demonstrar o medo.
Quantos já morreram?
E quantos mais perderão a vida?
Inocentes em meio a uma guerra,
Uma disputa que não é a sua -
Vislumbrando a crueldade no horizonte,
Destruição espalhadas pelas cidades em chamas.
A sombra da sobrevivência que não existe mais,
O pão de cada dia para se manter alimentado com os seus.
As almas que sobram são os resquícios do medo –
A resistência de escapar do martírio.
O sangue dos inocentes –
Transformados em rios,
Enterrados em valas comuns.
Em uma guerra nada se ganha,
Tudo e um pouco mais subtrai –
Todos perdem.
A devastação como herança –
Pequeno fio de esperança,
Em meio à confusão,
Resguardando forças –
Para a possível reconstrução.
Sob o olhar atento de seu algoz,
Pertinente ameaça.
Na pressão das sansões,
Atenções voltadas para si.
No velho jogo de tabuleiro –
O movimento –
Estratégias em próximas jogadas.
Nas mãos de governantes inescrupulosos,
Personalidades doentias –
Caráter egocêntricos –
Atitudes megalomaníacas –
Disfarçando a visceral loucura.
Nuances psicopatas,
Idolatrados como mitos.
Como consequências –
Os menos favorecidos jogados ao relento,
De nada valem, a não ser o voto em época de eleições.
Fora disso, números de identificações cancelados,
Situações forjadas –
Na crueldade nenhum ser é poupado.
Prevalecendo o ódio e o rancor,
Sem perceber que caminhamos para a extinção.
Julgando-se os mais poderosos,
Armas nucleares –
Em suas mãos o destino do Planeta Terra,
Onde pode cessar apenas com um botão.
Ninguém sobreviverá!
Somos cartas fora do baralho,
Fora disso, nenhum atalho –
Ninguém deseja ceder.
A humanidade destinada a extinção,
Mergulhada no egoísmo –
No poder em alto teor de concentração.
Vivenciamos um teatro macabro,
Pisando em terreno hostil.
Se não aprendemos nada até aqui –
Com o sofrimento dos inocentes:
Crianças nascendo e morrendo –
Em meio a está realidade sórdida,
Não me surpreenderá um ponto final.
Acredito que não nos criaram,
Para vivermos em tais circunstâncias.
O livre arbítrio em vão,
E suas consequências.
Levando-nos cada vez mais para o buraco,
Puxando-nos para baixo de uma sociedade sem moral e escrúpulos.
Não há menor empatia pelo diferente,
O que nos torna descrentes.
Não somos merecedores –
De continuarmos em um Planeta repleto de belezas naturais.
A humanidade espalha o caos e a destruição por onde passa,
Com o vil interesse em se dar bem e obter vantagens –
Priorizando o capitalismo e não o bem estar de todos.
A Terra não será destruída –
Assim como depois do dilúvio na época de Noé.
Ela sofrerá uma grande regeneração,
Para viver o ápice de sua existência.
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