Carta ao Manuel Maria de REMOL - 46 - "Verbas para Ánxel Johán"

"Lugo, sem ti, quedou quase baleiro,

Lugo de Pimentel guardará a tua presença.

No meu coração a tua lembrança

passeando a Praça Maior eternamente!"

Exulto e tripudio entre tristezas

e alegrias lenes as tuas lembranças,

essas que foram irrepetíveis mesmo

rimadas em versos cadenciosos

e agachadas trás as palavras, que tu

dizes "verbas" e poderiam ser desenhos

de artista perseguido por ser decente,

como o foi Ángel Johán pelos golpistas

africanos, a seguir, ditadores assassinos,

uno em três, quatro, cinco ... sem mistérios

nem trinitários nem doutro jeito quase divinal.

(Os ditadores, senhores da morte, são sempre

invertidos em divindade, diretos demónios ...

Ainda não nos libertamos daquele cultelo

berrando pedaços de pão e catecismo,

e já outros, segundas partes foram sempre

muito piores, estão a ameaçar-nos com mortes

e silêncios e cadeias sem muros e noites de pedra

pertinazes, como chuvas de fogo sem perdão nem ...