Carta ao Manuel Maria de REMOL - 24 - "O mesmo que Saleta ..."
Isso de Vietnam, dizes no poema, que fede, ...
E ficas na lembrança do lápis lírico com que Saleta
apontava contas da casa e tu; Manuel, sonhos,
poeta dos futuros abertos e dos presentes fechados.
Contudo, Manuel, não permito, não aceito que compares,
metafórico, a tua alma com um caixão, não apenas
pela polissemia da palavra, mas sobretudo porque
a alma não é madeira nem ferro nem alumínio nem ...
A alma, disse outro poeta sacramental, é património
da honra e, sem dúvida, a honra, bem estranho e raro,
algo tem a ver com a divindade ... Talvez erre e seja
à inversa, que a honra é património da alma e a alma
pertença ao Deus que a insuflou no corpo sem forma
definida, residente no ventre materno: mistério
humano que nos lança à música das esferas universais ...