Carta ao Manuel Maria de REMOL - 10 - "Primavera"

Caro Manuel Maria, poeta e humano:

São 14 versos, como se fosse soneto, mas libertado, o teu canto à PRIMAVERA,

ao primeiro verão, esse em que o sangue, as plantas, os pássaros, as árvores

ressuscitam, Páscoa florecida e ocidental (depende da perspectiva porque noutra

poderia ser oriental. Então Oriente tornar-se-ia em Ocidente: tudo revolvido,

tudo revoltado, Manuel) ... Poetas, poetizas: "Agora - ouh milagre! - é primavera!"

E percorres, lírico, os lugares em que a Primavera (eu escrevo-a em maiúsculo)

aninha, donzela de cabelos dourados e rosto de rosas em eclosão: sorriso, amor,

Sol, calma, agarimo, beijo, amabilidade, pele, gratidão, céu, mar, maio, flor,

acabamento, generosidade, tardinha, doçura, tepidez, noite, rei senhor,

canção, luz, estrela, amor (mais uma vez), canção, ... coração.

Palavras todas, substantivas da Primavera ...