Com um aperto no peito e uma dor sem explicação
Por esses tempos, fui lembrar de você!
...lembrei, e apagadas imagens me vieram!
Se misturaram, á mágoas adormecidas,
Mas que não eram nossas, e sim nossas angústias!
Uma sensação de perda inocente!
Mas como ser isso uma perda, e ainda mais inocente?
Se nem eu a você, nem você a mim nos demos, em ficar juntos!
Um prometido amor, uma promessa
Apenas foi o que foi, e não vingou!
Não virou carinho presente, só juras de ver e se olhar,
Com uma gota vertida, pelo canto...!
Se nem paixão ardente, foi...
Quer dizer, não em toques de dedos!
Muito menos afagos, de mãos e pele!
Contatos que tivemos? Só aqueles, cheios de vontades
Que agora revivemos e que de forma avassaladora, voltamos sentir!
...de um arrepio de querer, sem de fato ter tido!
Mas como disse, lembrei hoje querida...
Melhor, venho lembrando sempre de você por dias e dias seguidos!
Me descuidei e aí, você partiu de meus olhos, mas não de meu coração,
Pois sua linda imagem, eu decorei (e faz tempo...)!
Decorei o teu brilho no olhar, teus lábios abrindo e fechando suaves,
Feito um bater de asas de uma borboletinha pequenina e alaranjada!
Sabia e ainda sei, da palavra que nem precisou sair de sua boca!
E lembrei, agorinha mesmo!
Daqueles, nossos flertes pelas janelas da poesia!
Você prostrada na sua entreaberta, sem piscar e se querer sair!
Com uma luzinha, vinda de dentro, refletindo sua bela imagem,
Como belo quadro emoldurado, e de sonho!
(Ah! E como és bela querida, tenho que confessar!)
E eu na minha, entreaberta, esfregando as mãos
...um pé sobre o outro, de nervoso e de vontades...
Vontade de pular, sair de meu quarto e adentrar o seu...
Então, por causa desse amor que não virou amor...
Por conta dessa paixão que queimou
Incendiando um querer, mas que não ardeu nos lençóis
Por conta disso tudo, que não vivemos ainda
Digo, que preciso... Eu te devo, fazer um poema, outro poema, vários poemas!
Devo e vou te fazer...
...