Nando
Nando
(Amor maior, e, portanto, padrinho de todos os casórios da família)
Para a família, referência como “college professor”_ parentes de pelo menos duas gerações, e vizinhos, e amigos, o tiveram em sua disponibilidade inerente para ensiná-los o inglês.
Ainda para a família e amigos, inspiração e orientação para escolha de livros, filmes, e satisfação garantida, dos ouvintes de sua contação de histórias de sua espetacular vida, nada seca. Ouvi-lo é ter acesso grátis à essa sua rica coletânea, o mesmo ocorrendo no pouco que ele ostenta de sua voz de Orlando Silva.
Expô-lo é dar meu testemunho do enrrriquecimento (somente alguns entenderão tantos erres) que a cultura humanizada pode construir. Explico: formação impecável nas escolas públicas de sua época exportando para o mundo o seu país de origem, e, voltando, depois de tudo para seu bairro, e dando em troca o que recebeu.
Eu o adoro!
Porque além de traduzir Genesis Foxtrot inteirinho, e sem reclamar, num folego só, eu no chão, anotando no caderninho, ele também me apresentou filmes maravilhosos, que eu via sob um cobertor amarelinho, quando a plateia colocava o ar condicionado abaixo de zero, insuportável para mim, que sou peciloterma. Mais tarde, em minha maturidade, levei um champanhe que ganhei de alguém especial, para tomá-la com ele, e dessa vez, ele me traduziu o que tinha dúvida no Hold on do Santana.
Em essência, ele nos deu Beatles, e Imagine!!!! Não é preciso nem explicar.
Para mim, num determinado período em que ele não tinha a sua, e eu não achava a minha (mãe), ele se calou, e eu falei sem parar, minhas dores, inconformidades, minhas dificuldades nas relações com outras pessoas, como em intermináveis sessões no divã, regadas a cerveja, e muita, muita generosidade da parte dele.
Ressalto assim, para a posteridade, que com sua alegria sempre ao alcance, bom humor, e capacidade de ver no outro uma extensão de sua própria bondade, ele participou de minha construção, humana. Eu, aprendiz, fui em busca de minha casa, para interiorizar o aprendizado.
Nando querido:
Você se vacinou três vezes?
Então vou te visitar. Quanta saudade!