Meu indecifrável Papai Noel...
andei pensando, pensando...
não cheguei a uma conclusão.
Mesmo assim, eu gostaria
de pedir a sua intervenção.
Minha Terra Natal...
onde vivo e convivo
tornou-se uma enigmática Babel.
Ninguém entende ninguém.
As crianças não são prioridade.
Autoridades...
não se importam com a saúde,
nem com a Educação.
Os dinheiros...
plantados nos canteiros
da corrupção...
farão bonito na eleição,
enquanto milhares...
não terão pão
na ceia de Natal.
Fico pensando, Papai Noel...
como pode ...
o País em plena desconstrução
delegar férias ao comandante
para pescas e dancinhas,
enquanto a distopia
se envereda pela Nação?
Os idosos, velhos cidadãos,
na fila da exclusão...
seguem trilhas doloridas
com as roupagens
de velhas paisagens,
condenados à escuridão.
Em meio à pandemia
discussões insólitas
permeiam a Nação.
Perece a Democracia
sem o verde das densas matas...
na toada da chibata.
Sabe, Papai Noel...
fico pensando...
olhando do multiverso,
será ainda...
a Terra brasileira
revestida de azul?
Há tanta desesperança!
Por favor, meu bom Velhinho...
acalme meu coração,
diga que os meus netinhos
poderão sorrir no Brasil do amanhã.
Zaciss