Inspiração

Poucas pessoas usam a inteligência para o bem. Como diz um ditado popular, o inferno é pavimentado de boas intenções. Ou seja, até o nosso "bem querer" pode estar contaminado por crenças falsas. Ilusões. Esse meu texto-carta tem uma inspiração maior. Ele quer comunicar contigo algo profundo, algo numinoso, elevado. Sublime!

Falar e escrever é natural. E eu não posso me conter. Se em algum instante eu não tive onde anotar as coisas que me vinham a mente. Agora uso meu e-mail justamente para suprir a carência de um bloco de notas. Não tenhas dúvidas: escrevo para exprimir o bem e eu desejo que seja propriedade sua. Algo verdadeiramente seu. Que me misture com a sua essência que é Amor e luz divina. Está aí no seu coração a marca de Maria, Nossa Senhora da Conceição. Nossa mãe.

Enquanto assistia o documentário sobre Nossa Senhora de Aparecida, me atentei ao fato de "Conceição" ser a minha verdadeira mãe. Mãe da humanidade! Chorei. De soluçar, de procurar uma forma de conter as lágrimas. Logo pensei: vou escrever para você. Quem mais entenderia essa comoção?

Pessoas nos inspiram. Poucas. São semelhantes a nós. Mas quem não é semelhante? Todos somos. Não. Discordo. Existe o conceito. Existe a Criação. Mas tudo passa por um crivo, uma espécie de filtro em que percebemos quem realmente nos inspira, quem percebe nossa matriz, a estrutura que somos feitos. Se é Amor, logo se revela pelo olhar, pelas mãos e nas atitudes mais simples. E isso eu quero dizer também. É seu. Toma posse!

Eu posso estar repetindo temas. Posso estar dando novas cores para um quadro que já pintei... Na metáfora pode ser que troquei uma ou outra nota da canção. Pode ser cheio de contexto, ou fora de mão. Não sei. É parte do meu impulso vir aqui e te presentear com isso que eu tenho como súbito constante, como relâmpago sem trovão. Pois é num silêncio profundo, como numa nota meditativa "aúúúmmmm". Ou aquele som quando paramos debaixo d'água no mar. É o som mais próximo do consolo de mãe, da presença mais gostosa que conhecemos. Mãe... Algo bem seu. Você que é agraciada. Muito amada. E dá o que tem em abundância: Amor. Esse silêncio são minhas palavras. Estão aqui calmamente escritas. Se eu pudesse escreveria a mão, sentado no chão, debruçado na cama. Mas estou naquele cantinho da sala escura, ouvindo o tic-tac do relógio da sala. E cheio de saudade te escrevo, pois não tenho flores pra te dar, um beijo pra molhar seus lábios agora. Mas queria dar tudo. Eu inteiro. Minha presença que te deixa feliz.

Eu posso estar aqui tentando iniciar uma romaria então... Nunca participei de uma. Mas esses dias lembrei dos romeiros que atendi nos hotéis que trabalhei em Taubaté, Guará... Conheci grupos que queriam se encontrar com nossa mãe Maria em outros lugares. E acho interessante que hoje eu queira tanto agradecer por ter conhecido alguém que tem tamanha fé na Nossa Senhora. E que por gestos singelos me convence que estou no caminho certo. Essa é a minha última chance de ser verdadeiramente feliz.

Ter esse seu Amor é obra de Maria em minha vida. Esse é meu testemunho vindo dela. Outro dia falei da aparição rápida para mim. Mas quantas manifestações de Maria aconteceram até a sua mão segurar a minha e afirmar: reze. E assim, mesmo numa bagunça interior, rezei. A cada dia. A cada terço. Em cada canto, consagração... Lembro de você junto. Das suas mãos marianas segurando as minhas e dão a certeza da eternidade logo aqui. Juntos.

As primeiras declarações de Amor foram seguidas de oração. Hoje a cada oração, a cada missa, na Eucaristia sigo firme, convicto que a vitória é nossa.

Todos unidos numa inspiração. Profunda. Íntima. Uma obra verdadeira. Um projeto em construção. E o fundamento é a fé, a esperança. Que move e nos comove...

Com muito carinho...

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