CARTA PARA UM SUICIDA

O corpo inerte naquele quarto escuro. Talvez estivesse ali a

dias devido a rigides cadaverica. Sobre a mesa varios papeis

e alguns rabiscos de frases interminaveis. Um homem que se

acovardara diante das batalhas da vida. Mas como dizer a

alguem verdades que este nao quisera ouvir. Eu para sempre

carregaria em minha vida a fraqueza deste homem.

Me ajoelhei, deixando as lagrimas quebrar o silencio e abracei

seu corpo que jazia ja sem vida. Um unico tiro na tempora

esquerda ceifou lhe a vida. Sua mala estava sobre a cadeira,

nada fora planejado, num impeto de desespero ele mudara

para sempre o destino. Quisera eu retrosceder o tempo e ter

impedido que ele partisse. Quisera eu poder um dia me

perdoar por minhas fraquezas. Algo dentro de mim se perdera,

como eu o perdi. O desatino deste homem para sempre em

minha vida fara minha alma sangrar. Se houvesse um espaço

no tempo que eu pudesse voltar e te-lo comigo, eu jamais

teria dito as coisas que eu disse. Eu o jamais o deixaria vazio

e ferido. Eu o abraçaria e confessaria meus medos, meus

sentimentos. Mas me acovardei, me escondi de mim mesma e

permiti que ele partisse para jamais voltar. Agora que leio sua

carta esquecida no bolso do seu casaco, que encontrei no

armario....... Meu amor, eu sei as feridas que lhe causei.

Eu compreendo seu desespero em abandonar tua familia e

quando viera em busca de abrigo, eu lhe dei as costas.

Eu sei neste momento que um homem como voce traido pelos

caprichos de uma mulher se viu abandonado. Meu amor, se eu

pudesse novamente abrir a porta de casa naquela madrugada,

eu o acolheria e diria a voce juntos vamos atravessar esta

tempestade. Mas agora nada do que eu deseje ou queira o

trara de volta.

Me perdoe por ter sido imatura e incompreensivel.

Me perdoe pore nao te-lo amado como voce me amou.

Que voce receba minhas preces e possa um dia me perdoar.

Porque hoje eu sou uma sombra vagando no amargo dos meus

erros.

CAMOMILLA HASSAN

CAMOMILLA HASSAN
Enviado por CAMOMILLA HASSAN em 15/11/2007
Código do texto: T738108
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