Sobre ela (você)
É bem ali, no instante de não pensar e pensar. Vejo-me, em sonhos, driblando obstáculos para ver-te passar por aí, em uma ruela qualquer. Eu espero andando tua vinda parada. Alguma coisa martela em meu coração, uma saudade, um carinho, eu não sei não. Só sei que conheço a melodia neste martelar, ritmado.
Sinto beijos em meu rosto, mandados por ti, jogados ao vento, com número e endereço. E o vento sussura no meu ouvido que tu estás por perto. E me orienta para tua direção. Teimo. Tenho medo. E sigo o sentido contrário, mas tu estás por toda parte.
... Tenho andado deveras feliz;
achando-me merecedor daquela felicidade que os amigos diziam que eu guardava cá dentro do peito.
Fazia tempo que não via o céu assim, com a lua minguante lá longe, repleto de estrelas e aqui dentro só calmaria, fazia tempo.
Recostado no carro lhe escrevo a próxima carta, pedindo as estrelas que me deem só essa chance. Só mais uma. Ela é toda amor, e seus olhos brilham toda vez que encontram os meus e eu sorrio, agora leve, agora de verdade.
Há suspiros. Minhas pernas, já trêmulas, reconhecem o que as fazem tremer. Quando a gente [re] ama, o coração é rápido em entender
A vida tem sido tão mais simples e repleta de cores, entendi que é culpa dela (sua), acho que estou amando, espero que ela também.
Paschoal, George