A resignação e o pilar de fé
Eu pego o fardo.
Ele está na vida.
coloco sobre meus ombros e carrego.
Com temor inevitável pego. Com tímida coragem carrego.
É a minha cruz ou o castigo da minha natureza?
Se castigo, Deus! eu não escolhi.
Não escolhi me ferir e nem ferir o outro.
Esperando o bem e fazendo o melhor, eu vivi.
E contra a desvirtuada natureza eu lutei, orei e clamei.
Mesmo sendo o que nasci, eu reivindiquei o que pra mim não veio.
Ah como chorei! como bati os pezinhos dizendo: não não, eu não quero isso. Não quero ser assim.
O senhor sabe o quanto esperei misericórdia e redenção. E acreditei nisso. Mas o que veio, de dentro, foi a resignação. Com ela, de fora, as dores que a vida me trouxe em ondas. E que onda, hein!
Se minha cruz, Deus! me permites ter esperança?
Na cruz a redenção vem.
A dor contida ali, leva no fim um doce mel a boca.
A verdade revelada.
A transformação tão esperada.
Não mais eu, agora parte de Ti.
A dor que leva ao bem.
A morte que leva a vida.
A vida no pilar de fé.
Me faz viver, não mais sucumbir.
Não deixou de ser fado.
Não deixou de ter choro.
Porém, fica leve.