Bailando nos braços do vento sob a luz da Lua
As noites quando se tornam mais longas tendem a aumentar ainda mais o meu doloroso sentimento de solidão.
O que me faz pensar se há alguém nesse vasto e tão imenso e intenso mundo que possa um dia me amar verdadeiramente, tamanha é minha espera que me faz cada vez mais não saber a quem esperar.
Ser forte é preciso como o soldado que vai para guerra, não sabe se retorna mas almeja seu amor um dia reencontrar, só as noites que ficam a cada dia mais difíceis de se adormecer, sem o ombro da sua amada para encostar, o que machuca ainda mais o seu coração tão distante da sua felicidade.
Tudo parece tão vazio sem graça e sem cor, não há vida que resista dentro desse duro soldado tamanho descaso o faz contigo, o amor. A ponto de perder um pouco o sentido que tenta encontrar em sua vida.
O que o faz persistir e ainda acreditar no amor é que enquanto existe um novo amanhecer e uma boa música a se escutar nesses momentos haverá uma chama de esperança dentro de si.
Por mais óbvio que pareça eu acredito que ninguém possa substituir o amor de uma pessoa por um amor que não seja uma pessoa, não se pode amar da mesma forma alguém e algo que não bate um coração dentro de si, que não corre sangue quente dentro de suas veias, que não respira o ar que respiramos e um dia como você vá morrer e se entregar a eternidade em forma de poeira cósmica e tudo que restará é uma história a ser contada e uma foto em um pequeno porta retrato esquecida dentro de alguma caixa de sapatos velha.
Embora ainda exista algo que me faça sonhar acordado, a música me serve de muleta e alento quando a falta de alguém ao meu lado me toma cruelmente por dentro, na infinidade de solidão que possa me fazer a minha tristeza amargar.
Talvez a mágica que existe nos sons melhore o meu caminho mesmo sendo um solitário caminho em meio a tantas amores frustrados nessa longa estrada chamada por alguns de amor mas por mim de triste desilusão.
Menos solitário minha vida se torna com sons que vem da alma e embalam esses meus tristes versos noturnos e me dão um pouco de sorrisos e alegria na batida do compasso imagino bater um outro coração por mim...e nos pés eu danço esse furacão de sentimentos enfervencendo em uma erupção de delírios sentimentais solitários
Da tristeza encontro a alegria e me faz dançar em meu apartamento mesmo no escuro sem ninguém, nem plateia por perto a não ser um vizinho que toda as noites ri de mim de outra janela e me acha ser um maluco delirando após imaginar que eu me embriaguei da mais forte das bebidas, um delírio que de nada tem a ver com o álcool e sim com a embriaguez da esperança do amor que poderá quem sabe vir que traz aquela canção dentro de meu coração.
Mas até ele pode encontrar motivos pra dançar e ser feliz me vendo tão alegre assim, flutuando em um quarto escuro como se estivesse dançando em um baile cheio de pessoas me vendo e pensando o quão feliz é este homem, que em seus pés dança como se a vida nunca tivesse um fim...e em seus braços carrega a mais feliz e linda de todas as mulheres dessa terra...
Uma valsa que não tem bailarina, mas tem o amor de um dançarino que baila nos braços do vento sob a luz da Lua que em sua mente se camufla em um futuro amor que espera um dia encontrar, mesmo não sabendo quando e se vai o encontrar... Mas continua a bailar nos braços do vento embalado pela esperança do compasso que bate esse seu coração musical...a espera do seu verdadeiro amor.