Perdão - (carta de amor)

Perdão amor! Eu sempre soube que seus gostos eram outros, seus pensamentos eram outros, e a maneira que você enxergava a vida; valorizando a maturidade, colocando os pingos nos "is", calculando futuros incertos no exagerar dos diálogos intermináveis, não poderiam alfabetizar a ignorância da minha alma de menino.

Assim, os planejamentos da vida que ansiava pra nós, eram perfeitos demais, como perfeito é o brilho dos teus olhos verdes no encontrar da sua face quando ficava corada de desejo; com a sua boca me beijando, ou eu beijando sua boca com voracidade, no cheiro suave que exalava do seu corpo após o banho, deixando aquele gosto de mulher real, que se entregava pra mim, sem limitações, sem pudor, sem meias vontades.

Se o seu erro foi tentar flertar a todo custo com isso, o meu foi seguir imaturo em vez de aprender com você, mas sei que se ficássemos naquela insistência maluca de chove não molha, muito mais de nós dois teria se perdido no emaranhado que carregávamos, insuportável no peito, latejando por respostas, mesmo que indecisas ou confusas em um momento que eu nunca poderia te completar.

Gláucio Imada Tamura
Enviado por Gláucio Imada Tamura em 12/08/2021
Reeditado em 16/08/2021
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