Morde alma
Você sumiu, saiu assim de perto de mim tão de repente
E me deixou falando sozinho, me tirou do seu caminho, indo embora sem me dar explicação
Só saiu de mala e cuia, separou minha vida da sua
Sem se importar com o que eu sentia
Não deixou uma carta, bilhete
Deve ter ido atras de um flerte
E quando alguém me pergunta eu fico sem resposta
Acho que se sentiu sufocada numa relação perfeita, bateu a porta
fez desfeita
Só saiu e deu as costas
Só me deixou no vácuo, abriu esse hiato
E nem sei o motivo pelo qual devo me arrepender
Não me adaptei ainda, minha vida, minha rotina esta repleta de você
Aliança, boleto, retrato
O constrangimento quando coloco dois pratos
Na mesa que você virou quando saiu
A dúvida machuca mais que qualquer certeza, e eu nem tenho certeza alguma
Apenas perguntas que com o tempo vou parar de fazer
Não tem jeito, vai ter que ser vida que segue
E por mais que a gente negue
O rio da vida em seu curso vai correr
Não tem decepção, não tem revolta
Só confusão
Mas aos poucos me organizo
Levanto a cabeça, respiro
Volto ao eixo sem interrogação
Mas até lá vou convivendo com essa bagunça que você fez ao sair da minha vida
De forma tão repentina sem anestesia
Confesso que doeu viu
Porque foi no susto, quando percebi você ja era vulto
Na penumbra sumiu
O cachorro chora todo dia
A casa? ficou vazia
A cama fria e o silêncio ensurdecedor
Não entendi nada
Sua fuga assim na calada
E eu achei que tinha amor
Mas ta certo
Quer dizer não ta nada certo
E eu durmo sobre esse teto sem dor na consciência
Que tudo na vida é questão de beleza e paciência
Se você voltar beleza
E se não, paciência.