A CARTA
Rio de Janeiro, 08 de Janeiro de 2020
Amada Louise
A quanto tempo esquecemo-nos de nós mesmos?
Não tem como dá um jeitinho, no seu modo de ser um pouco atrapalhada com a vida.
Meu silêncio ecoa dentro do teu ser, como caixinha de surpresa que não se espera.
Os minutos são incontáveis para visualizar a sua presença, despedaçada pela incerteza, porque você vem.
Perdi as noites em claro interrogando meus pensamentos, se valia a pena a insistência de tê-la sempre ao meu lado.
Inútil desenhar as curvas das estrelas, sem primeiro observar o brilho do firmamento.
A trilha que me leva a tua direção está destruída pelo seu próprio egoísmo, e a ponte da união é longa e inatingível por sua causa.
É a única do universo que os céus estão fechados para si mesmo.
No amor não tem lembranças de nada,
Pois são águas passadas.
Que o coração possa ser curado pelo bálsamo da confiança, que as feridas sejam lavadas com óleo da esperança.
Esse sorriso chorado não negue o que tem de mais profundo e verdadeiro.
Parece um meteoro caindo sobre um planeta, deixando, rastro, horror e desespero.
Não dá oportunidade de conhecer os teus detalhes, nem se aproximar intimidando os teus olhares.
É tão bom quando a brisa lhe toca o rosto, as pernas dançando sobre os passos, o mar agitado e afoito descobre teus braços nus.
A história não se repete em outras luas, o amor talvez não tenha nome e endereço certo, mas a vida é tão curta, que cabe nós dois dentro dela.
Abraço carinhoso de seu amado Carlos