Crises de ansiedade
Acordei com tua voz me chamando, acredita?
Juro! Senti até teu perfume e sai procurando, olhei a sala, banheiro e você não estava aqui; pensamento estúpido esse, deduzir que talvez você viesse, logo você que nunca veio.
Senti o gosto do teu beijo hoje, maldito beijo com gosto de bala tutifruti e calmaria, talvez sejam as características mais simples e apaixonantes que tu tinhas, e tua voz claro, aquela voz aveludada e desafinada ao mesmo tempo, voz capaz de destruir qualquer música tocada, mas que acalentava meu coração nos dias nublados.
Estou dormente da cintura pra baixo, acho que é falta de sono sabe? Não tenho dormido a alguns dias, fecho os olhos e te sinto, e, logo em seguida acordo. Essa tem sido minha rotina.
Tenho olheiras nos olhos, pontas de dedo queimados e uma gastrite que não passa, tudo isso por conta do excesso de café e cigarros que tenho ingerido.
Hoje acordei suando apesar do frio que tem feito, acho que é febre, acho que é a crise de ansiedade chegando, ela sempre chega assim, sorrateira. Ela sempre vem depois que você derruba uma das defesas que levantei e se vai.
Sinto as mãos trêmulas, estou no segundo cigarro da madrugada, ainda sinto as mãos tremendo, parece que não vou conseguir segurar a xícara. Está frio, mas estou suando.
Queria sumir sabe?
Morrer eu acho.
E não queria isso a um tempo, mas não consigo ser forte o suficiente quando penso em você, talvez você seja o meu ponto fraco, ainda assim não queria que estivesse longe, sinto tanto sua falta acredita?
Te prometo hoje o que não consegui prometer em seis meses, esse é a sua última carta. Adeus.
Estranho de se ler.
De se escrever.
De se viver.
Paschoal, George