1 ano e 7 meses
Otávio vulgo cachinhos,
Não tenho palavras para demonstrar minha gratidão por ter você na minha vida. Obrigada por existir e por ser essa pessoa maravilhosa que eu admiro tanto! Quando nos conhecemos, você era muito calado e não conversava com praticamente ninguém da faculdade. Daí, veio uma pontada de curiosidade para saber um pouco mais sobre aquele rapaz tão misterioso que vivia andando por aí.
A princípio, pensei que se eu me aproximasse de ti, talvez, sua relação social com as pessoas fosse melhorar. Logo eu, a pessoa que simplesmente não abria a boca na escola, queria te ajudar. Com o tempo, fomos nos aproximando e nos conhecendo. Você se ofereceu para me ajudar nos estudos, e eu aceitei. E nesses momentos você se mostrou um grande amigo. Você me deu forças, quando eu chorei por não conseguir assimilar o conteúdo. Eu me senti muito burra, mas você ainda estava lá, dizendo que repetiria quantas vezes eu quisesse. Nós, então, fomos falando cada vez mais.
Até o dia em que te convidei para ir ao cinema. Nós vimos um filme de terror sobre guerra e soldados robôs. Foi nesse dia que você fez o truque do abraço no escurinho do cinema. Eu confesso que não resisti nadinha. Era reconfortante ter carinho e você me transmitia uma sensação muito boa.
Eu tinha muitos medos, você sabia. Eu te disse da minha promessa de nunca namorar ninguém e morrer virgem. Minhas esquisitices! Mas, ainda assim, você insistiu, pois acreditava que, para viver plenamente, era preciso experimentar e arriscar. Você disse que não havia nada de errado em se permitir. Não havia motivos para se sentir culpado. Havia apenas nós dois. Apenas nós, donos das nossas próprias vontades.
Assim, no dia 24 de novembro de 2018, quando voltávamos do shopping Benfica (estávamos estudando Python), você segurou minha mão. Eu fiquei nervosa e sem reação. Você então disse: "O mais legal é que ninguém se importa. Eles não sabem quem nós somos." Então, continuamos andando de mãos dadas até a parada do ônibus. Mas, antes de atravessar a rua, você pediu que eu esperasse. Foi o dia em que você se declarou para mim e disse que tudo tinha ficado muito melhor depois de nos conhecermos. Você tremia. Eu também. Eu não me sentia "apropriada" para namorar alguém. Eu sequer sabia beijar. Mas você disse que iríamos aprender juntos.
Depois, nós entramos no ônibus, rimos. Eu ainda não acreditava que aquilo tinha acontecido, porque se teve uma vez que você me surpreendeu pra valer, foi naquele dia. Eu realmente não esperava por um pedido de namoro. Sentados nos bancos do ônibus, nossos lábios se tocaram, molhados. Tão rápido, delicado e tão intenso ao mesmo tempo. Um dia memorável e inesquecível.
Obrigada por ter tomado iniciativa e ter me dado a oportunidade de conhecer essa pessoa incrível que é você, além de me permitir conhecer a mim mesma. Eu era muito mais medrosa do que hoje. Eu te amo, cachinhos. Te amo demais. Feliz 1 ano e 7 meses!!! Quero construir uma vida com você, meu amor. Vamos viajar pelo mundo e aprender um pouco mais, tentando apreciar cada detalhe simples e dar valor aos segundos preciosos dessa nossa estadia aqui
Com carinho,
Ísis vulgo fofinha.
(Escrevi esse texto no dia 10/07/2019, mas não tive coragem de postar.)