Ele olhou pra mim, não pude resistir...
Encantador como nenhum outro. Aos seus caprichos, lancei-me. Não há arrependimento algum. Para seus defeitos, ausência de efeito significativo diante aos agrados ofertados. Um temperamento gélido, emocionalmente distante. Profusões misteriosas que excitam minha curiosidade. Paixão de outras vida, superior a carne e unha, é ele e eu.
Seria uma relação invejável se não ofuscada por tanto pessimismo idealista. Talvez, tenha essa negação justamente por ser tão impossível união. Juntos, somos o dueto heterônimo que não realiza meiose. Só uma parceria que arrebenta a tão sonhada ordem justa das possibilidades. Somos a irregularidade que desafia a razão, o caos que rompe o limite da compreensão, apenas a fusão de dois nomes e nada mais.
Na gênese, ele resolveu dá uma espiada e eu olhei de volta. O salto foi dado, mergulhando-se em toda minha embriaguez e conseguindo emaranhar-se na confusão. Pela minha falta de vontade em apenas querer reagrupar as cores de seu cubo mágico, sentiu-se a vontade. Pra mim, sua beleza era a possibilidade de cores que poderiam ter em qualquer lado, com incontáveis combinações, sem me surgir a vontade de apenas agrupar todos os bloquinhos de cores de um mesmo lado.
Seu nome? Abismo.
O nosso? Solidão.
Se dá certo ou não, compete a nós.
Se o válido é um achar prévio de que não dará certo para o futuro, por que removermos o achar prévio de que dará certo para o futuro?
Ao som de algo disfarçadamente fúnebre de alguma outra relação, Abismo e Eu.