Eu sou autonomia

Sim! Eu sou o foco das próximas narrativas. Se são autobiográficos? Não! São apenas auto-filosóficos. Apenas porque determinei ser importante. Mas cai entre nós, autonomia não tem a ver com todo esse poderio de afirmar-se. Na verdade, essa característica de poderio é conhecido como empoderamento. Autonomia é outra coisa.

Ser forte é consequência ou maldição. Você, por algum motivo, se determina poderoso o suficiente acima de qualquer situação ou circunstância. Nesse caso, você está acima de qualquer coisa ou pensa estar, se põe no estar. É muito prático confundir empoderamento com autonomia, apenas pelo detalhe de que tudo parte da sua determinação. Mas não determinação de esforço sobre vontade de fazer algo, determinação de racionalização de que você determinar poder ou estar. Sutil, mas muito importante saber diferenciar.

Autonomia, você não se interessa por poder estar poderoso. Não importa se o que está acima ou embaixo está acima ou baixo, você pode simplesmente torcer um pouco o foco e vê que estar de algum dos lados. A diferença é que você não leva essa provação ao externo. E isso implica em muita coisa.

Quando você empodera-se em uma ação, entra automaticamente na competição por poder do grupo, ou seja, precisa de outros para conseguir afirmar esse poderio. Se adicionarmos narcisismo, a diferença é que o resultado é você quem determina, mas mesmo assim, ainda precisa de outros. Quando o cenário percorrer a autonomia, não interessa os demais. Se adicionarmos introversão, seria como uma decisão divina ou explosão de big bang, não interessa o que tem ou o que pode afetar, apenas é e pronto. Infelizmente é bem egoísta. Mas o que não é?

Eu sou autonomia apenas porque tudo que eu pude escolher ou tudo que entrou em contato comigo, teve um precedente comum, a escolha por interesse ou falta dele. Eu não me importei com danos, com ganhos, com nada disso. O meu interesse sempre era forjado de algo de minha determinação. Se eu estava em um momento de sofrimento, eu tinha a consciência de poder ou não fazer algo para me mover para outra coisa, se eu queria ou não é que fazia diferença; ignorando qualquer pensamento prévio de que talvez a regra da luta para superar fosse gerar bons frutos. Mas e se eu não quisesse aqueles frutos? E se apesar do incômodo que a situação parecia transmitir, não fosse o caso de efeito a mim também? E se eu tivesse curiosidade para saber se acaso eu me subtraísse da ação, qual seria o resultado, se uma força externa surgiria ou se fosse um força interna ou apenas cansaço por que nada mudava? Qual seria o resultado dos tantos que temos catalogados como possíveis?

Não acho que minha autonomia seja algo a ser invejável. Pelo contrário! Entendo eu que isso seja mais maléfico do que qualquer outra coisa. Ao invés de me agarrar a qualquer vestígio de qualquer coisa, eu me agarro no espaço amplo de que pode ser outra coisa ou até mesmo nada. E não é por indecisão, longe disso! É apenas determinação. As vezes até confundo com curiosidade, mas não se é. Tenho a impressão de que quando se tem curiosidade, há uma parceria muito próxima com diversão sobre cada passo. E muito pouco eu me divirto com todas essas coisas. Apenas só não quero me dá ao luxo de talvez adotar a ideia sua ou de qualquer outro indivíduo vivo ou que já viveu. É meu tempo! Eu já acho criminoso de mais terem me posto pra viver sem se quer eu lembrar de ter escolhido vir pra cá. Então, se tudo é aleatório, eu quero poder escolher quando a alavanca do meu caça níqueis será puxada. Se eu vou ganhar o prêmio ou não, vou saber depois. E se eu vou gostar do resultado ou não, também. Além do mais, eu tenho o poder de qualquer hora poder parar de jogar esse jogo, que pra mim é sem graça.

Sem mais, sem menos; eu.

Clara Nuvens
Enviado por Clara Nuvens em 19/06/2021
Código do texto: T7282339
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