Ao amor

Quando você vier, venha devagar.

É o meu último e único pedido.

Ando as voltas contigo, e tu sabes bem a razão.

Você nunca me valeu, mas sempre foi de longe o meu melhor professor.

“Não se transforme no mesmo monstro que te feriu” – você disse.

E desde então esse tem sido meu mantra.

Também aprendi nesse meio tempo, que até nas coisas mais mínimas e involuntárias a sua presença se faz necessária e real. E é a mais pura verdade: não se aperta uma lâmpada em casa sem amor.

Ao chegar, fique à vontade. Não repare a bagunça.

Ela se faz presente porque tudo aqui é real, e a vida anda bem longe de seguir um padrão.

Vou dar um jeito nas teias de aranha, passar um pano no chão, coisa boba.

Nem precisa tirar os sapatos, as meias… Tudo isso é detalhe.

Só peço, que seja sutil.

Não tenho mais idade para paixonites de verão e nem para essas bonecas de cera que a gente vê por aí. Se eu quisesse ter uma vitrine, abria uma loja.

Se for assim, não quero, e ainda faço questão de que você ande longe.

Não senhor… Assim não.

Que você venha tão leve que me faça voar.

Que venha colorido como viagens lisérgicas

E que faça sentido,

Como há muito tempo você não faz.

Para você e com você,

Marcos Tinguah Vinicius
Enviado por Marcos Tinguah Vinicius em 09/06/2021
Reeditado em 10/06/2021
Código do texto: T7275233
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