Término

Quando se termina algo que se pensa jamais terminar? Talvez uma percepção do dia que passa sem notar ou a vida que se arrasta nas frias tardes que negamos a nos cobrir e se esquentar.

Deixamos de notar algo, talvez um dia, um mês ou anos que pulam, mas que lá estavam, pois contávamos os segundos para juntos está. Nada vemos, ou melhor, nos cegamos. Deixamos a rotina nos levar, como um rio que no início turbulento faz nosso coração saltar, mas que logo uma calmaria continua nos faz nos acalmar e simplesmente fluir, por caminhos que nada parece de novo nos revelar.

Nossa paleta de cores não mais nos mostra a variedade que tínhamos e como um artista enlouquecido, misturamos tudo repentinamente, tornando em determinado momento um borrão cinza, sem graça, sem vida.

Da coragem nada restou, do fogo, cinzas virou, das gargalhas o silêncio reina e do amor a amizade se estende, onde mesmo ela aos poucos se atenua. Nada cresce, nada mais se alimenta, páginas em branco se somam com o tempo, até que por fim a última é preenchida, mas não em conjunto, mas separadas, pondo fim aquilo que jamais se pensou acabar.