Adeus! Parti pra outra...
Terminei agora a leitura da carta que me enviou. Confesso-me surpreendido e atônito com sua decisão. Certo é que, nos últimos meses havia percebido o seu distanciamento. Nossos encontros já não aconteciam com a mesma freqüência de antes; por um tempo aceitei os seus argumentos, de que eram os estudos que não permitiam tempo livre para nosso amor. Depois, sucessivas justificativas faziam-me desacreditar de suas razões.
Sua carta foi o golpe de um ato de maldade, que matou os meus sonhos de um relacionamento duradouro e feliz. E eu, que acreditava nas suas juras de amor, agora me sinto desnorteado, sem horizontes, sem estradas que me levem a algum lugar.
Estou perdido nas estrelas da ilusão; diante de mim a encruzilhada da tristeza me atiça a percorrê-la, embora de longe a rua da morte, em painéis luminosos, me indique que deva seguir para lá. Em um canto da mesa há mil pedacinhos de sua insensibilidade, fragmentos de minhas esperanças, pedaços das minhas desilusões.
Não apresentou motivos da nossa separação, também não os pedirei. Se um dia amei perdidamente, outra vez o amor há de se instalar no meu peito.
Ah, quero lembrar que há uma estrada por onde iniciarei uma nova jornada, a do recomeço. Então, não tardarei mais minha decisão, vou agora mesmo em busca de outro amor; afinal, a vida segue e tenho que viver. Adeus...