Um poema para minha mãe/(O meu conselho tutelar)

Airam Ribeiro

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Montado no meu destino

Na garupa os meus versos

Chamei aquele menino

E fui passear ao reverso,

Remoendo os pensamentos

Lembrei de alguns momentos

Que hoje está ao inverso.

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Na minha antiga morada

Eu vasculhei minha mente

Que observando a entrada

Viu minha mãe no batente,

Ainda viva ela estava

Parecendo que pensava

Como iria criar a gente.

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Ainda vejo na imagem

Uma sandália segurando

Pra fazer uma tatuagem

Em quem estava pirraçando

Não adiantou a carreira

A sua mão foi bem certeira

Que em mim foi acertando.

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E ela acertou em cheio

Que até deixou a marca

Não tinha nenhum receio

A minha velha matriarca

Fez-me um homem de respeito

Sei que não sou um perfeito

Mas não sou homem de fuzarca.

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O meu conselho tutelar

Estava ali dentro do lar

Com mamãe a segurar

O material da punição,

Uma vara de marmelo

Às vezes era o chinelo

Batia no menino magrelo

Mas doía o seu coração.

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Outras vezes era o fedegoso

Que fazia aquela festa

E um cocorote gostoso

Acertando em cima da testa.

Ah minha doce criatura

Você está aí nas alturas

E a saudade aqui é o que resta!

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Voltei montado na mente

E vejo o retrato na estante

Como a dizer estou ciente

Aqui estarei todo o instante.

Deus te abençoe meu filho!

Eu vi no retrato um brilho

Que nunca tinha visto antes. Ver menos

Airam Ribeiro
Enviado por Airam Ribeiro em 04/04/2021
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