Carta sobre moral na televisão

CARTA SOBRE MORAL NA TELEVISÃO

Miguel Carqueija

Parabenizo-me com a leitora Wanda D’Angelo que, em carta publicada em 25/2, com sua sensatez habitual comenta as agressões da tv à família brasileira. Em tal assunto, quando acuados, os responsáveis pela degeneração moral da tv costumam responder, irados, que “não existe mais censura”. Ora, exista ou não exista censura é o caso de perguntar porque é que os donos das emissoras têm sempre que preferir o lixo, o achincalhe, o anormal e doentio, a depravação enfim. Reflexo de suas próprias mentalidades? Um dia prestarão contas a Deus. Grande parte da culpa porém cabe ao Congresso, que até hoje não regulamentou o artigo 221 da Constituição, que daria armas à família para a defesa das ofensas do rádio e da televisão, cuja programação teria de atender “aos seguintes princípios: I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas (...) IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.”

Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 1995

Carta enviada à Revista de TV do Jornal do Brasil, Rio de Janeiro-RJ.

Já não lembro se foi publicada.