Profano
Eu vivi dias que gostaria de não mais lembrar, dias escuros que ainda sinto dentro de mim. Tudo escureceu de repente, alguém esbarrou no interruptor ou a de ser eu mesmo o culpado.
Magoas que ficavam transparentes correram em tinta fluorescente, dores que um alguém fez ir ao profundo devaneio esquecido, hoje escalam rápido ao topo dominante.
Amar lhe custa a sua pior parte à morte, e amar sozinho lhe leva a sentença de dias vazios sem esperança. Dias escuros, vivo e vivi e voltei no que mais temia: desejos oriundos de mim, mórbidos e calorosos, machucar o único culpado, covarde, paralisado, imaturo, definhado... nunca imaginei a sentença de amar.
Só me recordo dos dias onde me encontrava com a estaca no peito implorando ajoelhado, eu era a estaca. Escuros dias, costumavam me confortar, o conforto é morte e eu deveria estar vivo; não estou confortado, temo os dias escuros e claros, como um miserável que já morreu, mas não consegue deixar de respirar.