As peripécias de Moniquinha - Parte 12
As peripécias de Moniquinha - Parte 12
Ah, quando chegamos em casa, já bem tarde, mamãe nos perguntou da demora, e fiz questão de contar-lhe na frente de vovó Lice, todos os detalhes do que tinha ocorrido, e minha vó, coitada ficou desolada!... e eu disse, vovó Lice, foi mais uma lição de vida que tivemos, fique triste não, foi bom, eu gostei... Minha vó acabou rindo... e me abraçou! ... apesar de mamãe ter ficado muito chateada!.... rsrsr... coitadinha!
E assim, os dias iam passando, eu jogava vôlei com a parede como minha irmã tinha me ensinado, Joninho ainda era um super homem e, minhas duas irmãzinhas menores brincavam uma com a outra, pareciam siamesas, só andavam pra lá e pra cá de mãos dadas, não me deixava brincar com elas! Daí, pensei na novela que tinha assistido, "meu pé de laranja lima", se Zezé tinha um pé de laranja pra conversar, eu tinha uma goiabeira pra me ouvir, e daí passava horas e horas nos seus galhos, quando as meninas me perguntavam aonde eu estava, eu dizia que ultrapassava as paredes e ia pra um outro mundo em que eu podia conversar com alguém. Elas acreditavam em mim! Rsrsr.... e eu ria, elas me chamavam de Maria risadinha, eu brincava sozinha, fazia das caixas de papelão, casinhas pra minhas bonequinhas, dos chechos fazia móveis pra elas, fazia das papoulas bonecas dançarinas. Na verdade, sentia falta das minhas irmãs mais velhas. Ficava perguntando a mamãe quando iríamos na casa de Dinda, e certa vez, nas minhas férias, ela pegou uma sacola de roupas minhas e me levou pra casa dela, acho que tinha combinado com minha vó, e deu um jeito de sair sem que eu a visse, pois estava jogando vôlei com minha irmã, quando a procurei e ela tinha ido embora, fiquei muito triste, pensando que minha mãe não gostava de mim... porque ela sabia o que acontecia comigo lá, não que eu não amasse minha vó... Eu a amava muito... porém, quando meu pai apareceu lá, na hora do almoço, eu pedi pra ir pra minha casa, expliquei pra ele que mamãe tinha esquecido de me levar embora! Lembrei de uma vez, Dinda fez um jantar esplendoroso e me disse que eu não poderia comer na mesa, pois eu ainda nao sabia as etiquetas daquela celebração, daí, fez uma pratinho pra mim, e me sentei no muro que dava ao quintal, que parecia uma mesa e banco, estava de shortinho e camiseta, e disse: brinque um pouquinho aí e depois suba, va dormi. E ela foi fazer a recepção dos convidados, todos estacionaram os carros na rua e entraram pela porta do terraço, menos um senhor elegante, que entrou com seu carro até na metade do corredor que dava à garagem, entrando por trás aonde eu estava, me vendo achou-me linda e perguntou de quem eu era filha, minha tia, que nao gostava de mim, que nesse momento estava me observando, disse à ele que eu era filha da empregada.... E essas recordações me fizeram ir com papai, mas querendo ficar com minhas irmãzinhas... lembrava da festinha de aniversario que minhas irmãs organizaram pra Dinda, a gente apresentou uma melodia linda pra ela neste dia, "Andança", a gente ensaiava escondido dela, o tempo todo, Mara fez um bolo de laranjas, escondemos pra ela não vê e, a noite o rato roeu um pouquinho do bolo, a gente ficou louca, mas, Mara ajeitou. Foi linda a surpresa, nossa vó Dinda até chorou... e eu ficava relembrando as coisas que a gente fazia na casa de minha vó.... Quando eu estava com a garganta inflamada, Dinda, pegava a gema do ovo batia bem e pincelada minhas amígdalas..... fui daminha de honra com minha irmã do casamento da irmã de meu tio postiço, meu tio dos olhos de esmeraldas, não me lembro bem do nome dela, acho que era Sônia.... ficamos lindas, eu e minha irmãzinha em um vestido azul celeste, tinha nos ombros uma fila de florzinha, minha vó nos levou ao cabeleireiro para fazer muitos cachos no nosso cabelo e pôs um brinco lindo azul em mim e disse pra mim ter cuidado e não perdê-los porque eram muito caro. Pôs outro, em minha irmã, íamos muito com a noiva na igreja ensaiar. Foi maravilhoso, parecia que eu estava numa história de contos de fadas. .. a festa foi linda, a noiva estava belíssima! ... e eu ficava na minha casa muito triste, sentindo falta de tudo isso.... tive uma febre altíssima, minha garganta doía muito, papai me levou ao médico e ele me passou um remédio da cor de laranja Ilosone. Na época, eu era a mais alta de nossos irmãos de casa e depois eu fiquei a mais baixinha, mamãe disse que foi porque eu tomava muito antibiótico quando era criança....